quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Onde deixei meu entusiasmo?

Vale a pena ler este texto. Ele vale não apenas para empreendedores, mas para todos nós. Quem nunca se sentiu desanimado, aborrecido ou melancólico, achando que tudo está perdido e não há mais saída?

"Sempre me considerei excelente ao lidar com problemas. Eu já contei muitas histórias sobre como tive de me virar para sair de situações complicadas nas quais faltavam dinheiro, bons funcionários ou coragem para continuar em frente. Gosto tanto de problemas que, às vezes, penso até em procurá-los, só para poder resolvê-los.  
Problemas existem para ser solucionados, e não sou do tipo de pessoa que os ignora e empurra para debaixo do tapete. Mesmo assim, tenho meus dias de desânimo. Acordo, vou para minha empresa, a SidSigns, e fico com a impressão de ter deixado em casa todas as minhas boas ideias e o entusiasmo.
Quando tenho uma reu­nião, então, é um desastre. Fico impaciente com quem fica rabiscando no bloco de anotações sem prestar atenção e bravo com aqueles dispostos a fazer papel de estrela, mas sem um pingo de interesse nas necessidades da empresa. Esse tipo de irritação não é nada bom para os negócios. Qual empreendedor nunca passou por um momento assim? 
Para muita gente, o dono de uma empresa tem de ser um sujeito corajoso, cheio de energia e disposto a enfrentar qualquer obstáculo, grande ou pequeno. Nem sempre dá para ser assim o tempo inteiro. Todo mundo pode, sim, ter seus momentos de desânimo. Fica mesmo difícil manter o pique quando o pessoal do RH vem dizer que, por causa de uma mudança na lei, os custos com a folha de pagamentos aumentaram de um dia para o outro. Também não dá para se sentir revigorado ao receber um relatório do gerente comercial mostrando que as vendas vão mal e a concorrência, sabe-se lá como, acaba de baixar os preços. 
Em outro dia qualquer, você, empreendedor destemido, teria uma ideia brilhante para combater os competidores — mas não hoje. A solução não surge como um relâmpago, e ainda aparece um problema novo para deixá-lo mais desanimado. 
O mais difícil é descobrir como recuperar o entusiasmo. Vejo o em­preen­dedor como um dos seres mais solitários da Terra. Muitas vezes, não há a quem recorrer em busca de uma opinião ou de uma palavra de incentivo. Principalmente, não há ninguém para compartilhar a responsabilidade sobre as consequências de uma decisão nos negócios. 
Aliás, acho que, nos piores momentos de desânimo, queremos mesmo é deixar outra pessoa assumir nosso lugar e tomar as decisões. Decidir é uma tarefa tão árdua que, nos fins de semana, acho difícil escolher um restaurante para ir com a família.
Alguém deveria ter me avisado como é solitário, cansativo e, muitas vezes, angustiante liderar uma empresa. Essa foi, no entanto, a vida que eu mesmo escolhi. Todo empreendedor um dia tomou essa decisão por conta própria. Portanto, vá à luta, meu caro. Vire-se. Você é o dono, o presidente, o CEO ou seja lá como preferir ser chamado. 
Quer saber como faço para recuperar as forças? Hoje à noite vou dormir e, ao acordar, passarei mais tempo na cama buscando reencontrar mi­nhas ideias, a paciência e o entusiasmo perdidos. Pobres dos concorrentes, dos funcionários indispostos e dos prestadores de serviço medianos. Ninguém vai me segurar. Amanhã eu me sentirei renovado. E você?"
Artigo da Revista Exame, por Sidney Santos, neste link aqui.

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